Quem estiver disposto a sangrar – O clássico da alavanca de Arquimedes
Por: Betinho Marques
O clássico como alavanca. O momento crítico do rival do Barro Preto instigam ao sentimento de “sangue nos olhos”. Quem não tem nada a perder, põe tudo a perder. Diante deste cenário, o clássico entre Galo x Raposa gera um contorno de necessidade última de um possível “aliviar” do lado azul.
Evidentemente que os processos que o Cruzeiro responde não se apagarão se o time vencer o Atlético, ou até mesmo se classificar às semifinais da Copa do Brasil. Porém, diante de um cenário de mais de um mês de intranquilidade após as denúncias feitas pelo Fantástico da Rede Globo em 26/05/2019, os celestes guardam suas forças para tentar mudar o “ar” na Toca da Raposa.
O dia 09/07/2019 se iniciou com o clube tendo seus mandatários Wagner Pires de Sá, Itair Machado, Sérgio Nonato, além da Toca da Raposa e a sede social sofrendo busca e apreensão para pela Polícia Civil para investigação sobre: falsificação de documento particular, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Para completar, o caso Fred ganha mais um capítulo após o jogador indicar que recorrerá da decisão da CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas), na justiça comum. Nos gramados, o clube tenta se fechar, mas além de perder o jovem Raniel para o São Paulo, ainda ocorreu a baixa do meia Rodriguinho, que precisará de intervenção cirúrgica e está afastado das disputas.
Neste contexto, Mano, técnico da Raposa, experiente em decisões, pouco aparece e o clube espera que o Galo seja o “oxigênio” ou a alavanca de Arquimedes, que dizia: “Dê-me uma alavanca que moverei o mundo”. O Atlético pode ser a alavanca para “esvaziar” ou “desativar” parte das bombas que a cada dia estouram mais. Abusando da física e do princípio do braço de alavanca: tudo é MOMENTO!
O que espera o Atlético
Além de todo ambiente inóspito ao atleticano, o jogo de quinta-feira é de alta periculosidade para o Galo. Qualquer “tranquilidade” de trabalho não poderá ser confundida com apatia. O Atlético levará 10% de gargantas verdadeiras a “empurrar” o time alvinegro para combater a maioria numérica dos azuis. O time de Rodrigo Santana precisa focar em ter mais comprometimento e desejo da vitória que o rival. Inquietação é a palavra a ser explorada pelo Galo! Contrapeso é o que evitará o “balanço” desequilibrar e gerar o momento, ou ainda criar a não desejada alavanca para reerguer o rival.
O alto risco de não superar o empenho do rival poderá ser transformado em algo positivo se o Atlético se portar de forma organizada e encaixar um gol. Um gol nos primeiros 45 minutos pode tirar a motivação “aparente” do rival e deixar a arquibancada “pesada” para o Cruzeiro. A alavanca que os azuis desejam pode virar de vez e o Galo poderá aumentar a crise do time do Barro Preto. Poucas vezes um clássico pôde representar tanto para a manutenção ou sobrevivência de uma atmosfera de trabalho como estes próximos 180 minutos.
Rodrigo Santana efetivado
Para Rodrigo, que foi efetivado após o retorno da folga da Copa América, vencer a disputa contra o Cruzeiro é reafirmar a confiança e a empatia que a torcida depositou nele. Não há ninguém garantido. Não haverá tranquilidade. O Atlético busca, com a chegada de Rui Costa, manter o ideal de convicções de trabalho independente do resultado. Mas para a torcida, convicção é vencer.
Quinta-feira a tranquilidade acaba. A bola rolará com ou sem processo do rival. Quem tiver equilíbrio ou brio maior terá que mostrar e provar em campo. A carga de problemas do Cruzeiro precisa do Galo para descarregar parte e se aliviar. O Atlético que iniciava antes da parada uma certa coesão defensiva, terá que mostrar tudo novamente num grande jogo. Quando der 20:00 de quinta-feira, só valerá quem souber jogar com suas forças, explorando as fraquezas do adversário. Patric pode ser aplaudido e poderá ser vaiado, Alerrandro poderá ser o “Jovem Titã “ou poderá ser condenado ao banco.
A história recomeçará e vencerá quem estiver disposto a sangrar!
Sangrar, sangrar e sangrar!