Nacho + Hulk não é filme repetido, mas uma série em sua 1ª temporada
Por: Hugo Fralodeo
Sim, é impossível brigar contra fatos. Temos que ser claros e reconhecer: o segundo tempo do Atlético na Arena Pantanal foi deplorável.
Ponto final, fecha parágrafo.
Mais calmos, tendo a vitória confirmada e os três pontos na conta, de brinde a chegada ao G4, olhamos para esse segundo tempo e chegamos a outra constatação, desta vez em forma de pergunta retórica: “Peraí, o Galo correu algum risco de perder o jogo?!” A partir daí, vamos relembrando lances (que sim, foram poucos), destaques do jogo, a jogada do gol… e depois de passar por nossa preocupação com a saída de Nacho ainda no começo do terrível segundo tempo, nos lembramos que a vitória veio com gol dele, mais uma vez combinado pra uma assistência de Hulk (daí vem toda a preocupação). Mas “palma, palma, palma, não priemos cânico”. Ainda.
O Atlético vinha de partidas irregulares, sofrendo com os desfalques, Hulk jogava isolado. Tentava, tentava e esbarrava nas duras marcações. São seis partidas sem marcar para o artilheiro da 7, mas, ainda assim, vez ou outra, deixou um de seus companheiros confortável para marcar e assegurar alguns pontinhos que ainda serão muito importantes. Com a volta de uma leva importante, o xará goianiense sofreu com o anúncio do que estava por vir. Um brilho, um trailer, uma lembrança do que ainda virá pela temporada.
Nesta noite de domingo, depois da grande jogada de Savarino, a dupla do Galo marcou e garantiu os três pontos. Cenas que vimos acontecer nesta rodada, na passada, no Mineiro, na Libertadores, na Copa do Brasil e veremos se repetir por 2021 e nas temporadas seguintes. Mas a dupla dinâmica, os buddycops, craques e protagonistas do Galo não estão se apresentando em um filme. Não é uma franquia. Como Starsky e Hutch, Batman e Robin, Tom e Doug, Mulder e Scully, Jesse e Heisenberg e muitas outras duplas de sucesso nas TVs, o argentino e o paraibano protagonizam uma série, de longos episódios, e que só está começando.
Apesar de vivermos a era do streaming e das maratonas (inclusive a maratona de jogos do Galo), as séries continuam sendo mais profundas, dando tempo para conhecermos os personagens, tendo episódios para se dar um respiro em meio à grande dinâmica e suavizar a trama que corre quase sempre em ritmo acelerado. Como nesse Cuiabá e Atlético, alguns episódios são pobres mesmo, outros darão mais espaço para os coadjuvantes, mas, como no show, no futebol alguma coisa sempre está acontecendo. Sempre fica um cliffhanger, alguma margem para um plot twist e, enquanto a série estiver fazendo sucesso, tem audiência e, às vezes, apoio da crítica.
Nacho, Hulk e seus coadjuvantes voltarão nos próximos episódios.