Precisamos falar sobre Hyoran
Por: Hugo Fralodeo
Depois da bela assistência do meio-campista para o gol de Guilherme Arana, que abriu o placar na vitória contra o Fortaleza e com a contratação definitiva encaminhada, Hyoran é só alegria, e não é para menos, vive o melhor momento de sua carreira. Eu sei, nem sempre foi assim, Hyoran era seguramente o jogador mais criticado até mesmo antes início do Brasileirão, que começou mal, ainda que tenha ajudado a decidir o jogo contra o Corinthians, chegou a ficar de fora de algumas relações, garantiu que trabalharia para superar o mau momento e a desconfiança da torcida e, com perseverança, mas, muito trabalho, ganha o “prêmio” por sua importância no momento atual do time. Dividindo Atleticanos, sua contratação em definitivo ainda pode ser vista com certa desconfiança, mas precisamos entender os motivos para isso ter acontecido.
Com o Manto Alvinegro, Hyoran entrou em campo em 43 compromissos, fez 9 gols e distribuiu 6 assistências, sendo 6 tentos e 2 passes para gol nos últimos 10 jogos de Brasileirão, tendo contribuído em 12 dos últimos 15 pontos do Galo. Números que encheriam os olhos de muita gente, mas seriam inimagináveis há não muito tempo. O que aconteceu? Como o patinho feio se tornou importante e o jogador mais decisivo do Atlético no momento?! A resposta é mais simples do que parece, mas vale a reflexão:
Hyoran mudou da água para o vinho por seu trabalho, vontade em dar a volta por cima e personalidade. Ele joga do mesmo modo em que começou o campeonato. Loucura? Não. Hyoran sempre mostrou boa movimentação para apoiar, quebrar linhas, bom poder de recomposição e voluntariedade aos seus companheiros. A prova é clara, em seus piores momentos, era criticado por pecar em decisões, teve sua qualidade técnica questionada, mas, se lembre, ele sempre esteve lá, no lugar certo, no momento exato pra decidir, com a bola o procurando para definir e desperdiçava as chances, agora ele as converte. Ele foi capaz de aprimorar seus fundamentos com muito trabalho na Cidade do Galo, mostrou personalidade se arriscando mais, pegando a bola na marca da cal, quando seus companheiros andaram desperdiçando pênaltis e teve muita vontade, mesmo quando esteve fora até da relação, sempre que entrou se mostrou muito voluntarioso, inclusive fazendo boas partidas silenciosas, no momento em que seus companheiros sofriam com a COVID-19. Hyoran jogava bem sem a bola, se movimentava, infiltrava, apoiava seus companheiros, era capaz de pressionar logo após a perda, foi versátil, jogou em mais de uma posição e função, o problema é que “apanhava da bola”, perdia oportunidades de gols, assistências e passes decisivos, mas trabalhou duro.
Hyoran sempre teve as oportunidades e desperdiçava, trabalhou para se aprimorar e dar a volta por cima. O Atlético ganhou um jogador decisivo, pelo menos no momento. Quanto esse momento irá perdurar, não sabemos, mas, no melhor momento de sua carreira, Hyoran já contribuiu muito com o Atlético e ainda pode ajudar um pouquinho mais. Nos resta torcer.