Maior Atlético da história? Recordes e marcas estabelecidos em 2021 alimentam o debate
Por: Hugo Fralodeo
Encerrada a temporada de grandes conquistas e já com saudades de ver o Galo entrar em campo, até o início do campeonato mineiro o que resta ao Atleticano é relembrar 2021, além de continuar comemorando, é claro. E momentos não faltam para a coleção de memórias da Massa. Poderíamos citar o reencontro com o Mineirão naquela noite de agosto que ficou mais bela com o golaço de Zaracho; lembrar os outros tantos golaços no meio dos 136 gols que marcamos ao longo do ano; a festa da Massa no Mineirão, que lotou e definiu marcas de público; quando levantamos os troféus junto com nossos capitães, Belmiro e o Rei; e tantos outros momentos inesquecíveis que estão representados em nossas lágrimas, suor, tatuagens e gravados no coração.
E há quem crave que essas lembranças são parte da história do “maior Atlético de todos os tempos” – inclusive é o pensamento do Rei, como declarado em entrevista recente – e o debate tem sido recorrente nas mesas redondas e também em muitas mesas de bar. Baseado nos números incontestáveis, os recordes pulverizados pelo Galo de 2021 dão argumentos mais do que suficientes para quem defende este ponto:
75 jogos, 52 vitórias, 14 empates e 9 derrotas, 136 gols marcados e 52 sofridos – 75% de aproveitamento;
Recorde de vitórias de um clube brasileiro em uma única temporada (52 em 75 jogos – 26 no Brasileirão, 9 na Copa do Brasil, 7 na Libertadores e 10 no Campeonato Mineiro);
Segunda maior campanha do Brasileirão na era dos pontos corridos;
Maior série de vitórias seguidas na história do Brasileirão (9) – empatado com o Internacional de 2020;
Maior sequência de vitórias como mandante na história do Campeonato Brasileiro (16);
Clube com mais gols na história da Copa do Brasil (346 em 175 jogos);
Melhor campanha em uma edição de Copa do Brasil (10 jogos, 9 vitórias e uma derrota, 22 gols marcados e 4 sofridos – 90% de aproveitamento);
Maior goleada em uma final na Copa do Brasil com os 4×0 no jogo de ida, além do maior placar agregado nos dois jogos da final;
Melhor ataque em uma única edição de Copa do Brasil (22 gols em 10 jogos) – em 2017 foram marcados 23 gols em 14 partidas*
Com a artilharia de Hulk no Brasileirão e na Copa do Brasil, é apenas a segunda vez que um jogador é artilheiro das duas competições nacionais
Em 113 anos, o Atleticano pode se orgulhar de ter ostentado grandes times ao longo do tempo, desde o Trio Maldito, composto por Mário de Castro, Jairo e Said entre 1927 e 1931, que marcou a maior goleada da história do clássico mineiro, além de infernizar outras linhas de defesa nas alterosas; passando pelo time de 50, os campeões do gelo, um dos primeiros clubes do Brasil a jogar na Europa; chegando em 1971, claro, quando conquistamos o primeiro Campeonato Brasileiro, emendando na era hegemônica entre o final da década de 70 e meados dos anos 80, que marcou o hexa mineiro, com nosso esquadrão lembrado pela resistência e luta, muito bem representada por Reinaldo; as conquistas internacionais dos anos 90, que desaguou na parceria entre Marques e Guilherme e ficou por um jogo em 99 e sucumbiu pela chuva em 2001; Passamos por dificuldades, é verdade, mas nos levantamos e seguimos para a libertação em 2013 e a primeira Copa do Brasil em 2014. O time de 2021 liderado por Hulk e comandado por Cuca já ascendeu a este panteão, mas ainda é cedo para tirar qualquer conclusão.
As palavras do capitão Réver e do próprio Cuca na véspera da conquista da Copa do Brasil, frisando a dificuldade de se falar da história acontecendo no presente e citando alguns destes outros grandes times do Atlético, reforçam o fato de que o Galo atual ainda está acontecendo, tem capítulos a escrever e precisamos do distanciamento do tempo para apontar seu lugar na história. Fato é que por si só o ano de 2021 é histórico, mágico e eterno na memória do Atleticano e do futebol brasileiro. A única certeza é que lutaremos por mais!