Arena MRV – Atitudes sustentáveis: Reaproveitamento de águas pluviais (chuvas)
Betinho Marques
Do Fala Galo, em Betim
22/11/2019 – 13h03
O Brasil possui cerca de 12% das reservas de água potável no mundo. Parte destas reservas se encontram nas bacias São Francisco, Paraná e 60% da bacia amazônica, mas a distribuição deste bem universal é desproporcional. Além disso, mais de um bilhão de pessoas não têm acesso à água no mundo. Diante deste cenário, desde a Copa de 2014, os novos estádios se preocupam em não andar contra as tendências econômicas e sustentáveis. Não seria diferente na nova casa do Galo que será moderna e responsável socialmente.
Vamos de forma breve, elucidar o atleticano sobre os dados mais relevantes e o processo racionalizado de aproveitamento de águas das chuvas na Arena MRV. O empreendimento possuirá um Sistema de Coleta e Aproveitamento de Água Pluvial proveniente do sistema de drenagem pluvial da cobertura, cujo volume atende parcialmente à demanda de água para fins não potáveis.
“A água proveniente do sistema será utilizada para abastecimento das bacias sanitárias e mictórios do empreendimento, além da irrigação do campo esportivo. Todas as instalações do empreendimento serão projetadas e executadas de acordo com as exigências da norma brasileira NBR 15527/2007 Água de chuva – Aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis e com as exigências e recomendações usuais da concessionária de água e esgoto. ”
Parâmetros – Área de captação da cobertura – 18.550,45m²
O escoamento superficial considerado para os cálculos foi de 95%, ou seja, como uma área de concreto, com intervenção humana no trecho da esplanada, pouco desta água infiltra no solo, sendo direcionada às galerias e canaletas pluviais. Os cálculos sobre as precipitações (chuvas) foram balizados com base no histórico da cidade de Belo Horizonte por tabelas normatizadas.
– Curiosidades e Avaliação da Eficiência do Sistema
O volume total dos reservatórios do sistema de coleta e aproveitamento de água pluvial é de 1.050 m³ (640 m³ água de reuso + 320 m³ reaproveitamento + 90 m³ irrigação do campo). O cenário adotado para avaliação dos reservatórios do sistema de aproveitamento foi:
- 1 – Funcionamento da Sede Administrativa: 30 dias/mês (22,66 m³ x 30);
- 2 – Irrigação do campo: 30 dias/mês (90 m³ x 30);
- 3 – Grandes eventos e jogos: 06 eventos/mês (497,473 m³ x 06).
- 4 – Demanda constante total mensal = 6364,64 m³ – soma dos itens 1,2 e 3 = 6.364.640 L ou 212.154,66 L/dia
- 5 – Eficiência do Aproveitamento de 40,24% no ano – Número só não é melhor devido aos meses de pouca chuva entre abril a setembro)
- 6 – Dias de jogos/eventos 421.368 L/dia ou 421,368 m³, o dobro dos dias sem eventos
– Resumo
A Arena MRV aproveitará ao máximo o potencial hidrológico para reutilizar a água das chuvas desde a irrigação do campo, mas também para o uso em banheiros, bacias sanitárias e mictórios. Como sabido, apenas 3% da água do mundo é potável e 90% desta está congelada nas geleiras ou em lençóis freáticos, sendo o Brasil, apesar de tudo, privilegiado com o bem que não é inesgotável, mas que precisa ter seu uso consciente e melhor distribuído. A Arena MRV projeta um empreendimento funcional em consonância com os recursos naturais, em simbiose com a modernidade e em harmonia com as necessidades da cidade.
Na próxima matéria do FG, mais detalhes e curiosidades sobre o projeto da casa atleticana, fiquem atentos! Não percam!
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Edição: Jéssica Silva
Edição de imagem: André Cantini
Edição de texto: Angel Baldo