E o Galo? O Galo ganhou!
Por Hugo Fralodeo
14/09/2020 – 08h06
O Atlético dos “Jorges”, Sampaoli nas arquibancadas e Desio na área técnica, fez jogo morno, sim, mas paciente e seguro. Em nenhum momento pareceu que o Atlético perderia o jogo, mas era clara a insistência em buscar a vitória.
Na formação, claro, mudanças. Mudanças que confundiram torcida, imprensa e o adversário. No gol, Éverson estreou ratificando sua qualidade com os pés e, apesar de pouco exigido, cumpriu bem o papel na meta. A parir daqui, veremos que, se desapegarmos de nomenclaturas e preconceitos, a complexidade é simplificada. Rabello e Réver formavam a zaga, deixando Alonso à vontade para se alinhar a Allan e Guga, tendo o lado esquerdo para avançar, sendo o lateral interno. Esses 3 revezavam na participação da saída e davam sustentação a Franco que tinha a missão de se movimentar e dialogar com Maílton, a surpresa da vez, aberto no lado direito do ataque. Do outro lado Arana, que se aproveitava do posicionamento de Alonso e da mocimentação de Savarino para pegar o corredor esquerdo. Sasha sendo o cara que atacaria a defesa e abriria espaços. Com alguns jogadores diferentes exercendo outras funções, talvez incomuns para a nomenclatura de suas posições, o Atlético se posicionou em campo da mesma forma que nos últimos jogos e tentou jogar da mesma forma, ditando o ritmo e impondo a intensidade.
Considerando o desgaste físico, o Galo não conseguiu fazer a pressão costumeira. Franco não dava a dinâmica necessária, mas, num jogo onde Sampaoli mexeu projetando o domínio do meio campo, um setor frágil do RB, Alonso, Guga e, principalmente, Allan, estavam lá justamente para carregar a bola e acionar os lados. Maílton, Savarino e Arana participavam muito do jogo e tentaram desenvolver as jogadas. Conseguiram algumas finalizações, quando o jogo era verticalizado, como no lance que gerou o escanteio do gol do capitão Réver. O Galo tentou ampliar o placar ainda no primeiro tempo, mas esbarrou no limite das pernas que já demonstravam o cansaço.
Na volta, o Atlético, mais uma vez desligado, permitiu em lance de desatenção e certo azar, que o Bragantino empatasse a partida. Como veio para arrancar qualquer ponto, o jogo ficou mais confortável para o time de Bragança, pois poderia esperar as ações atleticanas para reagir na velocidade de seu ataque. O Galo mexeu e persistiu. Veio Keno pelo lado esquerdo e as jogadas foram mais concentradas por ali. Paciente e seguro, foi criada a jogada do pênalti, desperdiçado por Sasha, e do gol de Savarino, que deu a vitória já próximo do fim.
O Atlético não se abalou, não se desesperou, não jogou bolas na área, teve paciência e a percepção de que o jogo não mostrava que poderia ser ganho na verticalização para usar de versatilidade e trabalhar a bola até o gol. A vitória sem sustos, mais uma vez, parece mais sofrida e dura do que foi. Internamente, o Atlético sempre se blindou e se manteve trabalhando, a vitória trás não só os 3 pontos, mas também uma maior tranquilidade para iniciar uma semana cheia de trabalho. Tranquilidade pelo menos nos campos da Cidade do Galo.