O Hino com 32 dentes de Gente
Tempo do efêmero viver
Os telefones, mais de cinco, nas gavetas
O vazio alimenta, autofagia
Mil toques por segundo
Nela, na amada, um dia sem um coçar, sem o cafuné
Na janela dos sonhos falta som
Sobram soluções em gritos de desamor
O contemplar das meias-laranja no horizonte não dá tempo do “relevo”, relevar
Apontou os dedos e deixou os gatilhos armados das respostas prontas
Uma batata frita congelada, por favor!
Artesanal nem o torcer
Deixou de ser feliz para gritar a razão
Sorrisão amarelo para os outros saberem que ali está
O mirante é tão industrial quanto a linha automotiva
Não essência, mas temos a casca do amendoim, volátil
Hoje, 32 dentes, mas carece o tesão daqueles que tinham 23
Os picos de amor precisam ser recarregados para quando o novo Iphone chegar
O Galo a espera da cerveja por acabar, era um evento o time no campo adentrar
A camisa antes era surrada e ele tinha só umas três
Hoje ele tem trinta e dois mantos, mas era mais feliz quando tinha só três.
Os beijos de amor, programados, calculados, filmados de corpo inteiro
O carrinho do jogador tem uma batida no peito e um gesto caricato de: “vamos lá”
O autêntico fugiu pro mar
A empadinha é de micro-ondas; quente por fora e fria por dentro
A pipoca é ruim, mas vem numa caixinha linda de Popcorn igual a do beisebol
Costuma nos dias de calor faltar o picolé
Mas tem musiquinha da CBF que parece “o sapo não lava o pé”
Os mascotes enchiam de pureza o adentrar na cancha
Mas agora, o protocolo não permite, “é perigoso”, só pode um pouco, pirralho demais, cansa
O jogo corre e o bar está cheio, qual é ?!
O Galo de prioridade para “point” do momento
Na janela dos sonhos, os shorts curtos
Os dribles secos de um Rei
O lançamento preciso do Bomba
O garoto da arquibancada, sem roupa, sem a camisa do PSG, sem gourmet, ao ponto
Hoje, a Massa em casa
Esperando a música voltar
Na nostalgia de um Guarapan, mineiro
Sentada no banquinho ou no chão, sem cerimônia
A abraçar qualquer um, sem olhar, qualquer coração, esperando a convocação
O Gourmet nasceu para matar o ar
Filmar o barranco é o plantio de quem só quer “lucrar”
Onde falta calor não prospera o coração
Renovar no tempo para um “voltar”
Quem sabe, da janela dos sonhos, um plagiar
Plagiar sem lamuriar, sem pestanejar
Copiar o amor, o abraço e o calor
Ser indecente na ousadia de ser feliz
Olhar para a camisa do Galo sem exigência, sem amargor
Das mesas de café, qualquer, ter mais sabor, cheiro de mato e oxigênio
Falta Galo ao mundo
Falta Galo nas portas das igrejas, nos bolos com cerejas
Carece o mundo da limpeza mental
“Higienizaram” os campos com “eco” e os 32 dentes
Nem sempre “sorri-dentes”, mas certamente, ao saborear das $erpente$
Que tenham 32 dentes, mas que faça calor
Que haja limpeza, mas que tenha picolé
Aqui é tropical, não é ?!
Seja recarregável o amor, com sabor, que dure mais que o telefone
Que façam novas músicas, mas, por favor, que não deixem de entoar o HINO!
Façam do amor um rio lento
Que se abram as cortinas da janela lateral
Num olhar singelo de doce de leite, com cafuné na linda, sem Insta, sem bateria
A cachaça da vida é o Galo, pode ser com 32 dentes
Mas, por favor, sem careta, cante o Hino pra Gente
Junta de gente, inunda de gente, pensa com gente, só limpa a mente
O som é o sol
O vital é sal
Limpar a vida é ter Gente!
Que tenha o Hino e que tenha a Gente! Gente, gente!
Galo, som, sol e sal é fundamental!