Perto de completar 36 anos, Godín perdeu oito jogos por lesão em 2021
Por: Hugo Fralodeo
Ao surgirem notícias da possibilidade da contratação do uruguaio Diego Godín – o que deve ser confirmando nos próximos dias -, um sinal de alerta foi ligado. Já veterano, completa 36 anos no próximo mês de fevereiro – idade em que os atletas já estão partindo para o fim da carreira e entrando em um declínio físico -, o número de jogos que o zagueiro ficou de fora de seu ex-clube nesta temporada e um temor pela chegada de um jogador que se lesionasse muito, chamaram atenção em um primeiro momento. Entretanto, não é bem assim.
Observando o histórico de lesões do zagueiro, depois de pesquisa detalhada, nos deparamos com algumas informações importantes que derrubam a ideia de que Godín esteja sofrendo com lesões no último ano. E mais, a carreira do uruguaio nunca foi interrompida por longos períodos de inatividade.
Além de nunca ter tido uma lesão grave, nos últimos 12 anos que atuou no velho continente, ficou afastado dos gramados em 23 períodos. Desconsiderando problemas clínicos, como uma gripe, um caso de apendicite e sua infecção por COVID-19, além de um ferimento no rosto, foram 19 lesões sofridas dentro deste período de 12 anos, nunca ficando mais do que 4 semanas (29 dias) fora de combate, período em que perdeu 5 jogos, ainda no Atlético de Madrid, no final de 2018.
Fazendo um recorte pegando somente o último ano corrido (considerando o fim da temporada 20/21 e o início da temporada 21/22), Godín teve dois momentos em que foi afastado dos gramados com um problema persistente no joelho esquerdo e mais duas semanas em que sofreu com uma fadiga muscular. Destacando o fato de que estas lesões cercaram períodos de jogos com a seleção nas datas FIFA:
Em 7 de setembro, teve um aumento na dor no joelho esquerdo, causada por uma tendinopatia patelar, após jogar 85 minutos na vitória da seleção uruguaia contra a Bolívia. Perdeu o jogo seguinte da seleção – no dia 9 – e os dois jogos seguintes no retorno ao Cagliari. Voltou aos treinos do dia 20 de setembro e foi a campo no dia 22, saindo do banco de reservas na derrota do Cagliari frente ao Empoli;
Em 17 de outubro, no primeiro jogo após retorno da data FIFA – vitória do Cagliari diante da Sampdoria pelo campeonato italiano -, foi substituído aos 13 minutos do segundo tempo, por conta do mesmo problema no joelho esquerdo. Desfalcou o Cagliari nas duas partidas seguintes, retornando no dia 1º de novembro, quando atuou os 90 minutos contra o Bologna;
Em 20 de novembro, retornou de mais uma data FIFA – onde disputou os 90 minutos dos dois compromissos do Uruguai -, com fadiga muscular, que o deixou de fora de três jogos do Cagliari, voltando a campo no dia 6 de dezembro, contra o Torino, quando entrou aos 33 minutos do segundo tempo.
Lembrando que nos dois últimos compromissos de 2021 o uruguaio já não fazia mais parte do elenco do Cagliari, no último ano, Godín jogou 33 (29 como titular) das 45 partidas oficiais disputadas pelo time italiano, perdendo 7 jogos pelas lesões apresentadas acima e 5 jogos por outros motivos (seja suspensões ou opções técnicas). Na seleção, o capitão esteve presente em 14 (13 como titular) das 15 partidas do Uruguai, perdendo um único jogo em 2021.
É claro que um jogador com idade avançada requer uma atenção especial. Mas, considerando o histórico favorável do jogador, somando ao fato de que a preparação física do Atlético foi quase impecável na temporada passada, além da inegável qualidade técnica do experiente zagueiro, é totalmente possível confiar e esperar que o atleta estará inteiro para ajudar o Atlético nos compromissos neste ano e nada indica que o zagueiro esteja em um declínio físico tão grande a ponto de colocar sua contratação em questão.