Saiba como o valente Fortaleza irá tentar desafiar a escrita contra o Galo
Por: Hugo Fralodeo
Valente, bravo e vivendo o melhor ano de sua história, é embalado na força do Castelão e no sólido trabalho de Vojvoda que o leão do Pici, um dos maiores e mais tradicionais do nordeste, tenta reverter um cenário quase que impossível na Copa do Brasil contra o Atlético.
Em ascensão chamando atenção já desde o bom trabalho que começou com o comando de Rogério Ceni, o tricolor de aço chega em 2021 no ano mais frutífero de sua história. Consolidado no G4 desbancando rivais com elencos mais numerosos, disputando contra o Galo uma semifinal de Copa do Brasil que jamais tinha alcançado em sua história, o momento do atual tri campeão cearense só é motivo de surpresa para quem não acompanha o futebol nacional. Dono de uma das maiores torcidas do nordeste, que sempre lotou o Castelão, ascende a nível nacional desde que retornou à principal divisão do país em 2019, como campeão da série B no ano anterior, já marcou sua volta tendo a melhor média de público de todo o campeonato e abocanhou o título da Copa do Nordeste do mesmo ano, em 2020 se tornou o primeiro clube nordestino a disputar uma partida por competição oficial sul-americana fora do país, mas é neste ano de 2021 que o Fortaleza se coloca entre os principais clubes nacionais.
Mas como é possível um elenco curto e sem grandes nomes peitar os gigantes do futebol brasileiro? O grande responsável é Juan Pablo Vojvoda Rizzo, que ganhou o vestiário tricolor com conhecimento e personalidade, para construir um grande trabalho, já considerado por muitos, o melhor trabalho da temporada. Fã de Guardiola e confesso apaixonado pelo futebol brasileiro, o que considera um dos melhores do mundo, a ordem para seus comandados é para que eles sejam adaptáveis, dinâmicos e intensos. Para Vojvoda, não importa onde e contra quem, nem como o time vai se adaptar a partida, muito menos o resultado, ele quer que o Fortaleza entre em cada jogo para vencer.
Buscando essa intensidade e a dinâmica, seu 3-4-1-2 é versátil e só é possível se sustentar porquê o primeiro treinador insiste que cada jogador deve saber o que fazer em campo, com e sem a bola. E se adaptação e versatilidade são duas de suas principais características, o posicionamento de seus comandados refletem o que o treinador prega como suas máximas. Ao lado do bom Marcelo Benevenuto e o experiente Titi, Tinga, jogador que atuou muito tempo na lateral e no meio campo foi adaptado para jogar na primeira linha, onde ajuda a construir e dar o equilíbrio pelo lado direito, com sua capacidade de recuperação, além de dar sustentação para um decisivo Yago Pikachu que era considerado deficiente na defesa para jogar como lateral e pouco agudo para a ponta, que se encontrou na ala direita, num posicionamento em que pode aproveitar suas melhores características. Pelo lado canhoto, Lucas Crispim, um outrora26 irregular meia, constrói pelo lado e abre espaço para os atacantes, vezes Robson, David, Romarinho e até o veterano Wellington Paulista, darem profundidade e atacarem a área a partir do lado, sobretudo na pressão e retomada com aceleração, como fomos surpreendidos no primeiro jogo do campeonato brasileiro.
Nesta segunda perna da semifinal, apesar da ampla vantagem do Atlético, Vojvoda garante que manda a campo o que tiver de melhor e tentará reverter o placar, ainda que não seja uma tarefa muito fácil. O Atlético também conta com a força do elenco e o histórico a seu favor. Nas 32 edições de Copa do Brasil, um placar de 4×0 nunca foi revertido, o Atlético não perde por 4 gols de diferença desde 2015, quando saiu da Vila Belmiro derrotado por 4×0 pelo Santos, em jogo do Brasileirão do ano, não levou mais do que 2 gols em nenhum jogo da atual temporada e nunca foi derrotado pelo Fortaleza por mais do que uma diferença de 2 gols.
Ainda assim nem Galo nem leão dão o jogo como definido. Cuca, Vojvoda, eu e nem você que está lendo somos capazes de prever o futuro nem garantir que o confronto já acabou, mas podemos ter a certeza de que o bravo Fortaleza e o Galo doido podem e devem entregar mais um grande jogo.