Especulados, Otávio e Fábio Gomes são alternativas interessantes para um elenco quase completo
Por: Hugo Fralodeo
Com o surgimento de informações que estes dois nomes estariam na pauta do Atlético, a Massa, que se acostumou a ver nomes mais badalados ligados ao Alvinegro, fez as perguntas típicas sobre jogadores menos falados: “Quem são?”, “estão onde?” e, sem dúvidas, a mais importante: “como jogam?”. Tendo como base que qualquer jogador que venha a ser contratado pelo Atlético foi minuciosamente observado pelo CIGA, tecnicamente, estes dois jogadores estarem em pauta faz todo o sentido.
Otávio, meio-campista que está no Girondins de Bordeaux, se destacou no Athletico-PR antes de desembarcar na França. Já muito jovem, em 2014, chamava atenção pela boa técnica e tranquilidade com a bola nos pés, veio para a “volancia” numa época em que o futebol brasileiro era muito cobrado por não ser capaz de formar meio-campistas completos, que tinham capacidade de participar de todas as fases do jogo moderno que começou a ficar mais evidente – em solo brasileiro – em época de Copa do Mundo no país. Com passes precisos, essa técnica e tranquilidade, aliados ao seu grande poder de recuperação e desarme, se destacou no time alternativo do campeonato paranaense, jogou Brasileiro e Libertadores, atingiu a seleção olímpica e foi a França com o rótulo de volante moderno.
Técnica, primeiro passe, tranquilidade com a bola nos pés, recuperação, desarme e proteção da defesa…. Otávio desembarcaria na Cidade do Galo para ser uma boa alternativa a Allan. Em tempos de problemas físicos de Jair, o calendário apertado e também suspensões do camisa 29, Cuca teve bastante dificuldade para encontrar alternativas para a frente da zaga. Allan é uma peça única no atual elenco. Por mais que Tchê Tchê consiga suprir a saída de bola e nossa dupla de argentinos tenham recuado em algumas dessas situações, sem Allan, ainda mais sem Jair ao lado, vimos que a linha a frente da defesa sofre. Para Castilho – que é assunto para outra pauta da prancheta – Cuca deve ter outros planos. Na identificação de uma carência e a necessidade de se fazer um investimento seguro, Otávio pode ser a solução de eventuais problemas futuros.
Já Fábio Gomes é um típico centroavante, mas, assim como pede o futebol atual, é centroavante moderno. Vice artilheiro da série B em 2019 com 15 gols, Fábio é grandalhão (1,92m), mas se engana quem vê apenas o tamanho do atacante. Já nos tempos de Oeste impressionava pela velocidade e o bom posicionamento entre as linhas de defesa e meio campo, muitas vezes acionado para apostar e vencer corridas com os defensores. Bom finalizador com as duas pernas e, claro, pela altura, com a cabeça, Fábio carrega uma outra boa característica para um centroavante, a “parede”. Com força e técnica, nos Estados Unidos aprimorou esses detalhes que já demonstrava no Brasil, com inteligência para o posicionamento e boa leitura, era sempre uma alternativa para vencer duelos em “primeiras bolas” levantadas, segurar o jogo para o time que atrai a marcação e avança em velocidade, além de proporcionar espaços para tabelas e servir seus companheiros, o que fica bem evidenciado em seus números na MLS: 7 gols e 6 assistências em 30 jogos, participando de um gol em média a cada tempo que esteve em campo.
Fábio chegaria para ser uma característica nova que daria a possibilidade de Cuca mudar jogos contra defesas mais fechadas, colocando um jogador que é capaz de atacar os defensores de formas diferentes de Hulk que usa explosão, habilidade e força, Diego Costa, que tem força e técnica, Sasha, com movimentação, ou Vargas, a flecha que abre espaços. Fábio Gomes completaria a carta de atacantes do Atlético sendo o “centroavante rompedor”.