300 de Réver: A história é maior do que o número de partidas
Por Hugo Fralodeo
Anunciado pela primeira vez em 19 de Julho de 2010 e estreante pouco mais de um mês depois, ainda com a camisa 5, na Vila Belmiro contra o Santos, nem o próprio Réver poderia sonhar com a grandiosa história que construiu e as marcas que alcançou com a camisa alvinegra, nestes mais de 11 anos, sim, entre a “inda e a vinda”. Zagueiro, capitão, vitorioso, líder e ÍDOLO.
Daquela tarde de domingo em que o Galo voltou pra BH derrotado, o capitão acumulou mais 300 jogos, se tornando o 23º atleta que mais atuou com o Manto (em vias de ultrapassar os ex companheiros Luan – 305 – e Marcos Rocha – 306; com seus 30 gols, ultrapassou ainda em 2014, Luisinho na artilharia dos zagueiros (agora vai em busca dos 36 do amigo e torre gêmea Léo Silva); levantou (literalmente) taças: 4 campeonatos mineiros, a Libertadores, a Recopa, a Copa do Brasil e segue para se tornar um dos jogadores mais vitoriosos de nossa história; ostenta 15 premiações individuais, gols salvadores e partidas marcantes, viveu noites e tardes mágicas e também trágicas, lesões, desconfiança, foi titular absoluto, reserva e uma bandeira. Trabalho que o levou a servir a seleção brasileira.
Lá no início da primeira passagem, nos ajudou a espantar o fantasma do rebaixamento nas duas primeiras temporadas. Quem não se lembra daquele gol mágico contra o xará goianiense (o primeiro), ou o gol decisivo em seu primeiro clássico? E os 3 na goleada contra o América?!! Depois levantou a libertação da América, inclusive, “ofuscado” por São Victor contra o Tijuana, muita gente não se lembra que o gol que garantiu o 1×1 foi dele! O ano de 2014 não foi tão bom, é verdade. Viu Jemerson pedir passagem, saiu para buscar novos desafios, mas retornou para casa, mais uma vez em um momento adverso e fez temporada boa em 2019, mais uma vez nos mantendo na primeira. Quando Sampaoli chegou, eu, você e até o próprio Réver imaginávamos que seu estilo já cadenciado e a falta de velocidade que vem com o tempo, iriam afasta-lo dos planos, e em entrevista recente, ele mais uma vez comentou sobre o assunto. Sim, o Capitão América estava fora dos planos e reconquistou seu espaço na base da Atleticanidade, com luta, dedicação e muita perseverança. Ajudou a recolocar o Atlético nas grandes disputas e agora, novamente cedendo espaço para um mais jovem se consolidar, o capitão continua importante, efetivo e querendo mais.
A história de Réver no Atlético vai crescendo e ficando mais rica a cada partida, mas confesso que já vai ficando uma sensação de “o que é bom sempre acaba”. As pernas já não são as mesmas, a impulsão pode até estar alguns centímetros mais baixa, mas Réver não marca seu nome no Atlético só pelos números, também por ser um beque que faz gols de centroavante (tanto que Cuca bota ele lá na frente, HAHAHA), lança como meia e ainda dá conta de ser zagueiro ZAGUEIRO.