Histórias do Hexa do Galo: 40 anos da maior sequência de títulos do futebol mineiro após o profissionalismo
Cerezo vendido ao Roma não atrapalhou o Hexa, mas deu ruim pro Ancelotti. Vitórias nos clássicos – O tal do quando tá valendo, tá valendo
Por: Betinho Marques
Há quase 40 anos, no dia 7 de dezembro de 1983, o Galo vencia o Nacional de Uberaba por 3 a 0 com dois do Rei e um de Catatau e conquistava o Hexacampeonato mineiro. Estava marcada ali a maior sequência de um clube montanhês após o profissionalismo.
Ao longo dessa caminhada, de Dario a Reinaldo, de Cerezo a Éder, vários craques passaram pela construção da hegemonia, um deles participou de todas as conquistas, o arqueiro João Leite.
No ano ainda de 1983, o Galo em suas famosas excursões à Europa, já tinha vencido o torneio de Berna, na Suíça, disputado com as equipes: Grasshopper e Young Boys do país anfitrião, além da Roma da Itália.
A Roma levou Cerezo no ano do hexa por 10 milhões de dólares, mas o prejuízo foi para Carlo Ancelotti, hoje treinador, que perdeu a posição para o “Patrão da bola” no time italiano.
O primeiro turno foi do Galo, o segundo foi vencido pelo Cruzeiro, muito em função do cansaço do Alvinegro que voltara da excursão ao velho continente. Com um regulamento confuso, os rivais fizeram uma “melhor de três” que valeria um ponto extra para a fase final do certame.
Quando tá valendo, tá valendo
O Cruzeiro, sempre que começava o campeonato dizia: “Este ano nós vamos acabar com a raça do Atlético”. Mas na melhor de três, dois chocolates do Galo e respostas breves : 2 a 0 e um sonoro 4 a 0. Era a aplicação prática do tal do quando tá valendo, tá valendo.
Na fase final, os oito melhores do torneio se juntaram e jogavam em ida e volta, quem fizesse mais pontos levantaria a taça. O Cruzeiro fez algumas goleadas e queria finalizar a sequência atleticana, mas no jogo da ida o Alvinegro venceu novamente, desta vez um 3 a 2 com dois gols de Heleno e um de Renato Queiroz. Ivan e Tostão marcaram para os azuis.
Naquele momento, o Atlético precisava administrar a vantagem que tinha e dosar o elenco que sofria com as contusões. Faltando três rodadas, o time de Mussula podia ser campeão contra o América, contudo, uma retranca forte do Coelho não deixou o placar ser mexido e a vítima do Hexa seria o Nacional de Uberaba.
Após um contundente triunfo contra o time do triângulo mineiro por 3 a 0, coube ao Galo um clássico da volta contra o Cruzeiro sem pretensões, era o encontro da “festa das faixas”. O Cruzeiro venceu por 4 a 1, mas mesmo assim a torcida atleticana nem ligou e seguiu em festividades.
Reinaldo celebrou muito e com um copo de cerveja na mão, gritou: “Hexacampeão, isso não é pra qualquer um, não é?”
Abaixo o time base do Hexa em 1983 e a campanha:
Time base: João Leite, Nelinho, Toninho, Luizinho, Miranda e Oliveira; Catatau, Heleno, Paulinho Kiss, Marcos Vinicius e Éder. Técnico: Mussula
Artilheiros: Paulinho Kiss e Tostão (13); Reinaldo, Carlinhos e Naldo (12).
J – 39; V – 25; E – 9; D – 5; GF – 62 ; GS – 25; SG – 37.