Sem ‘apagão’ e independente de polêmica. O Atlético venceu com autoridade, pela insistência, coragem e eficiência
Por Hugo Fralodeo
É redundante e insistente dizer, mas, o Atlético sempre entra em campo para vencer e do seu modo! Independente do adversário, vai ser assim, o Galo joga o que treina, mas, é sempre válido lembrar: há um adversário do outro lado.
Réver, que atuou nas últimas partidas, deu lugar a Rabello, que jogou pensando na mobilidade do ataque tricolor. O meio-campo mantido, era responsável por dar a dinâmica e criatividade que faltou ao time nas últimas partidas pelo brasileirão, além de fechar as ações do São Paulo por ali. Para evitar que os defensores avançassem para construir o jogo, Keno, pela direita, Sasha, vindo da esquerda para dentro e Hyoran, que estava mais centralizado, justamente para aproveitar o espaço que ficava entre o meio e a defesa, nas linhas altas do São Paulo. Perde-pressiona. Com intensidade, eles tinham a missão de sufocar a saída para tentar matar as jogadas na origem. É certo que o Atlético demorou a encaixar o jogo e, com as qualidades e a armação de Diniz para sempre tentar colocar seus jogadores em vantagem numérica contra nossa defesa, o tricolor conseguiu ser mais efetivo no início do jogo e pressionou, criou chances e perdeu. Os times de Sampaoli são assim, jogam e permitem jogar, pois, a primeira preocupação sempre será o ataque. No primeiro terço do jogo, o problema foi que nosso ataque não conseguiu responder à pressão do São Paulo.
Até que, pela persistência e confiança em seu próprio jogo, o Atlético conseguiu aquilo que todos esperavam. Com inteligência, dinâmica e atacando os espaços, o gol saiu. Jair enxergou o espaço, rasgou a defesa com uma assistência para Franco que não teve nenhum pudor em finalizar tirando de Volpi. O jogo mudou. O Atlético tomou as rédeas da partida. O São Paulo sentiu o golpe, tentou continuar em cima, mas, mais afoito, não tinha a mesma eficácia em suas escolhas e, dando mais espaços, permitiu que o Atlético construísse melhor e, de forma orgânica e precisa chegar ao segundo gol num excelente lançamento de Alonso, aliado à rapidez de leitura e execução de Sasha e Hyoran, para colocarem Franco, de novo, em excelente condição para marcar. Daí para frente, o terceiro gol veio para tranquilizar e premiar a insistência de um Galo que venceu o adversário em todas as estatísticas ofensivas e dobrou os números defensivos.
Ainda há o que melhorar, mas, de forma natural, Keno e os outros atacantes já vão se encontrando e tomando melhores decisões. Sasha ajuda a potencializar os companheiros, por entender o que precisa fazer, atacar a defesa e sempre abrir espaços, seja atraindo a marcação ou participando da construção. O Atlético vai se construindo e, vitórias convincentes em jogos duros como o de ontem, vão dando a estrutura dessa construção. Independente de quaisquer outros fatores, o Atlético venceu o São Paulo, e o São Paulo perdeu PARA O ATLÉTICO.